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Ao Som dos Tambores – Nosso povo e tradição | Evento homenageia grupo Catumbi do Itapocu que passou a ser patrimônio imaterial de Araquari

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  • Post published:13 de novembro de 2018
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O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro foi a data escolhida para a homenagem ao Grupo Catumbi do Itapocu que há 164 anos, segue mantendo sua tradição, de geração em geração. E que este ano passou a ser patrimônio cultural imaterial de Araquari, após o decreto 90/2018, reafirmado pela lei 3308/2018.

O evento “Ao Som dos Tambores – nosso povo e tradição” que acontece no auditório do IFC de Araquari, às 19h30, trará uma homenagem ao grupo que vem resistindo ao tempo e mantendo a tradição, a cultura e costumes vivas, na cidade. 

“Desde pequeno, eu fui criado pelos meus avôs. O meu avô pertencia ao grupo e embora nós não morássemos aqui ainda, porque eu voltei pra cá com sete anos, mas, todos os anos, onde nós estivéssemos, nós vínhamos e ele sempre participava”, diz Osvaldo Mario Eufrasio que hoje é capelão da igreja Nossa Senhora do Rosário e responsável pela coroação de reis e rainhas do Catumbi, que acontece uma vez por ano, durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário. 

Seu Osvaldo tem 84 anos, e também mantém a tradição, assim como os membros de sua família, os filhos e filhas que ajudam com a celebração. Atualmente, o filho, Lidiano Carlos Eufrasio é capitão do grupo. “Naquele tempo, o capitão era o irmão do meu avô”, diz seu Osvaldo que começou a participar efetivamente do catumbi com 16 anos de idade. 

O grupo de sincretismo religioso surgiu quando escravos libertos depositaram sua fé em Nossa Senhora do Rosário e como não sabiam rezar, criaram os cantos e passos como forma de homenagem a santa. Na época, a região do Itapocu era conhecida como Porto do Sertão. Abrigo de homens, mulheres e crianças libertos da escravidão que buscaram na fé, uma forma de resistir ao sofrimento passado. São os homens que colocam em prática os rituais, no culto que reverencia o feminino.  

Com o tempo, surgiu no povoado a Irmandande de Nossa Senhora do Rosário e as comemorações para homenageá-la. O grupo é formado por um capitão, duas porta-bandeiras, dois tamboreiros, um rei, uma rainha, o capelão e vários dançantes. Agora, também conta com a majestade mirim. As características fortes são as vestimentas: uma manto branco na cabeça com a coroa de flores, a saia azul por cima da roupa e a espada de madeira que carregam durante o ritual.

E a tradição que surgiu a mais de 100 anos atrás, segue, agora cada vez mais firme:  “Vendo hoje a participação das crianças, eu acredito que o catumbi vai muito longe. Vai ser uma continuação incrível. Porque a gente nota que todas as crianças querem participar. Ser coroadas como rei e rainha e, isso dá um entusiasmo, dá uma firmeza de que o catumbi vai muito longe, por muitas gerações ainda”, comenta com esperança no futuro, o capelão.

Durante o evento de homenagem, o público poderá conhecer melhor um pouco do Catumbi do Itapocu que faz parte da história de Araquari. A programação também conta com ações e apresentações folclóricas que buscam valorizar a cultura afro-brasileira da cidade e traz artistas como a musicista e educadora Bel Bandeira, o grupo feminino de maracatu “Baque Mulher”, um grupo de capoeira, grupo de dança da Fundação Municipal de Cultura e a apresentação do grupo de homenageados. 

Durante o evento também serão apresentadas as entidades de cultura afro-brasileira existentes em Araquari como:  a Associação de Caridade Abassa de Inkise Nzazi (ACCAIA) e o Movimento Negro. 

“Nós estamos muito felizes em poder, de alguma forma, tentar levantar a importância desses grupos para a cidade. Eles fazem parte de nossa cultura, nossa história e tradição e tornar o Catumbi, patrimônio imaterial de Araquari já é um grande passo em nosso município. Esse grupo que sobrevive mais de 160 anos sozinho, apenas com a força de vontade de seus integrantes e a determinação de passar às novas gerações suas tradições. O que precisamos agora é disseminar nas novas gerações, em toda a cidade, esse sentimento da necessidade de  lutarmos para mantermos nossa história viva e contribuirmos para que isso aconteça”, diz o prefeito Clenilton Carlos Pereira.  

O quê: Ao Som dos Tambores – Nosso povo e tradição (evento de homenagem ao grupo Catumbi)
Quando: 20 de novembro, início às 19h30
Onde: Auditório do IFC de Araquari – Rodovia BR 280, km 27.

Participação especial: 
– Bel Bandeira (musicista e educadora).
– Grupo de maracatu (Baque Mulher)
– Grupo de Capoeira 
– Grupo Catumbi
– Grupo de Dança da Fundação Municipal de Cultura

Contato Imprensa: 
Jaqueline Ronsani
Gerente de Imprensa