A Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc) sediou, nesta sexta-feira (26), a reunião do Colegiado de Agricultura e Pesca. Entre os temas pautados estavam a eleição do novo coordenador do Colegiado. Carlos Alberto Noronha do Amaral foi escolhido por unanimidade e comandará as atividades do Colegiado. Ele é engenheiro agrônomo e atualmente ocupa o cargo de gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural de Joinville. O coordenador afirmou ter uma expectativa muito grande quanto ao trabalho no Colegiado: “eu sou extremamente otimista e persistente. Entendo que a agricultura tem um papel fundamental na qualidade de vida tanto das pessoas que moram no meio rural quanto das pessoas urbanas, porque a alimentação é diária. Quanto mais a gente fortalecer a área rural próxima dos municípios, mais qualidade você vai ter nos municípios.

Entre os assuntos pautados estava o controle do inseto conhecido por Borrachudo (nome científico Simuliidae). Carlos Alberto ressalta a importância da integração regional no controle do mosquito: “não adianta um município fazer o controle se outro não faz. Precisamos unir esforços para garantir a eficácia do trabalho de redução da ocorrência do Borrachudo na região”, afirmou. Segundo o coordenador, o município de Joinville é um dos que mais tem a demanda por investimento na área, devido às suas características geográficas e hidrográficas. “Joinville investiu cerca de um milhão de reais no controle do Borrachudo, mas é o maior município da região e tem muito mangue, muitos rios. Acredito que para os outros municípios da região o investimento deva ser bem menor”, concluiu.

Além disso foi abordada também a incidência do mosquito de nome científico Ceratopogonidae, mais conhecido por Maruim. O coordenador citou a dificuldade de controle do inseto devido à falta de investimento em pesquisas, e solicitou a parceria da Amunesc, juntamente com a Amvali, para promover investigações que visem o desenvolvimento de tecnologia para o controle do Maruim.

O Técnico Tributário da Amunesc, Carlos Henrique Lima, fez apresentação sobre o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) e o Cadastro de Atividade Econômica de Pessoa Física (CAEPF), e citou as dificuldades enfrentadas pelos agricultores e pescadores em atender às exigências do sistema. O coordenador do Colegiado concordou com a problemática levantada, e lembrou que, entre os obstáculos que serão enfrentados, está a necessidade de cadastro e atualização pela internet. “Nós precisamos ter consciência de que muitas pessoas em área rural não têm acesso à internet. Será preciso promover alguma outra forma de cadastro para essa população, como a realização de parcerias ou até mesmo a intermediação dos sindicatos”, declarou.

Carlos afirmou ainda que uma das deficiências está na falta de capacitação para estes públicos, e anunciou que a Amunesc reunirá Secretários de Agricultura e Pesca dos municípios para promover reuniões com a presença dos produtores rurais e pescadores, com o objetivo de apresentar as mudanças que os sistemas implicarão e capacitar o público interessado. Os encontros deverão acontecer em áreas que permitam a maior participação da população, possivelmente ocorrendo mais de uma vez em cada município.

Outro assunto abordado por Carlos foi a necessidade de conscientização dos produtores rurais e pescadores sobre a relevância da emissão de Notas Fiscais e de contribuição para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Sem a correta condução destes procedimentos a arrecadação de impostos dos municípios é comprometida e limita os investimentos, além de afetar também a aposentadoria dos próprios interessados.

Representando a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o engenheiro agrônomo Onévio Zabot divulgou o Seminário sobre o sistema de produção da pupunheira e da Palmeira Real Australiana no Sul do Brasil, que será realizado nos dias 21 e 22 de agosto no salão de eventos do Restaurante Rudnick, em Pirabeiraba. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de junho nos escritórios locais da Epagri por R$ 50. Após essa data o valor passa a ser R$ 60.

O secretário-executivo da Associação, Tufi Michreff Neto, acompanhou a reunião. Ele destacou a importância das temáticas abordadas no encontro: “nós precisamos fazer com que essas discussões feitas aqui cheguem na ponta, no agricultor e no pescador, e também precisamos levar as demandas para as instâncias superiores”, concluiu.